sábado, 13 de outubro de 2012

ALÉM DO QUADRADO




de Adelson Santos *


Sim. E daí? Depois que você compreendeu a ética da malandragem inventada pelos de cima para dominar os de baixo. Depois que ultrapassou o limite dos preconceitos inventados pela moral religiosa. Depois que cansou de olhar o mundo pelo olhar do outro. Depois que ficou horrorizado com o genocídio físico e moral inventado pelos totalitarismos de esquerda ou de direita. Depois que descobriu que os regimes econômicos e políticos, seja democrático ou socialista, até hoje não resolveram os problemas do homem e nem da sociedade. Enfim, depois que encarou os olhares preconceituosos da vizinhança, que se desvencilhou de todas as amarras civilizatórias, que desconstruiu à marteladas, socos e pontapés, o quadrado que tentaram colocar você para fazer parte da manada. Depois de tudo isso o quê fazer então? O que fazer quando você lança um olhar inteligente para dentro de você mesmo e descobre que fora das coleiras e amarras civilizatórias você se transforma num super-homem que vive no vazio, na angústia e na solidão? Tem liberdade mas não sabe o que fazer com ela. Tem poder mas não compreende o sentido do poder. E daí? Diante de tanta inutilidade existencial, depois que superou os limites do seu quadrado, será que vai querer voltar para o seu mundinho de antigamente ou será que você espera construir um novo mundo de certezas, esperanças e tranqüilidades. Sei não. Pelo andar da carruagem, pelo ritmo da dança, tudo indica que você não vai chegar em qualquer lugar fora das coleiras e das amarras civilizatórias. A gente sabe que a resposta não está no consumo, no desperdício, no luxo, no carro do ano, na viagem de férias, no aparente sucesso familiar, no bom emprego, na maracutaia e na malandragem. Acho que fora do quadrado em que cada um se insere, só existe o vazio, o oco, o tempo e o espaço infinito. Tais conceitos nos amedrontam. Nossos intelectos e sentimentos se perdem diante do absoluto. Somos talhados para viver nos universos relativos e obsolescentes da manada ambulante. É a lei. É a regra primordial da vida. A multiculturalidade com seus diversos padrões de comportamento são os mecanismos da civilização, os ganchos inventados para que possamos seguir a viagem e chegar sei lá onde, talvez, no fundo da mãe terra ou na superfície de outro planeta. Quem sabe se por lá, num outro planeta, o homem cria juízo. Acho que seria mais lógico se a civilização investisse toda a grana dos arsenais atômicos e das armas de guerra na melhoria e no bem estar das pessoas e das sociedades. O problema é que a civilização não é lógica; a civilização é quântica. E tudo segue assim na base dos acasos, vicissitudes e incertezas. E sendo assim, com uma atitude e um olhar inteligente pra dentro de nós mesmos, a opção que nos sobra é celebrar a vida enquanto temos vida. Então viva a perseverança do homem que teima em descobrir a saída simplesmente porque ele sabe que a saída existe. Para quem saiu das sombras das cavernas mal iluminadas e hoje viaja pelas fronteiras do espaço sideral, acho que já estamos no lucro. O resto fica por conta... sei lá por conta de quê fica essa porra-louquice toda chamada de civilização.





* Adelson Santos é formado em Letras, Maestro, Compositor e Professor de música da UFAM.





Outras leituras no blog: www.adelsonsantos.blogspot.com

segunda-feira, 2 de julho de 2012

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

                O discurso oco do capitalista que só pensa na produção e nos lucros, não se sustenta mais. Também tem que botar na conta o homem e a natureza para garantir o desenvolvimento sustentável. Fora disso não tem jogo. Só o capitalista levando vantagem não dá mais. Por outro lado, o planeta que já não agüenta mais de tanto martírio e tanta degradação, agradece.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

DAS NOSSAS CALÇADAS

Nossas calçadas são desniveladas, esburacadas e mal acabadas. E isso expressa o descaso e a incompetência dos nossos administradores municipais e estaduais. Tenho a absoluta convicção de que o Brasil está sendo construido como uma grande calçada: desnivelado, esburacado e mal acabado. E o que sobra pro cidadão e caminhar nessas feias calçadas e tomar muito cuidado para não cair nos buracos e nos bueiros.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A VITÓRIA DO CAPITALISMO

O estado de bem estar social faliu e o capitalismo selvagem venceu. É o que se vê por aí pelas esquinas da cidade: a violência está aumentando, a saúde piorando e a corrupção se espraiando.

INGENUIDADE DEMAIS ATRAPALHA

O povo brasileiro acredita que vai resolver seus centenários problemas sociais e econômicos com rezas e macumbas, com sambas e mulatas, com futebol e carnaval. Quanta ingenuidade! Chega a dar náuseas.

LINGUA SOLTA

Minha língua foi feita pra badalar e não ficar escondida atrás dos dentes.

VIVA AS DIFERENÇAS

O tempo das verdades absolutas acabou. Hoje se sabe que nada é permanente e que tudo se transforma a cada hora e a cada instante. Moral da história: viva a sua vida e deixe o outro viver a dele. Nada de verdades verticalizadas entre o intelectual sabichão e o povo alienado. A convivência de pessoas com idéias contrárias e diferentes é salutar para a evolução do processo civilizatório.