domingo, 15 de agosto de 2010

DELIRA POVO, DELIRA

É tempo de Copa do Mundo. A filosofia das chuteiras comanda as emoções no País. Gol! Gol! Gol! Milhões de gritos no ar ecoando por toda a nação. É euforia total. Deixa torcer. Deixa vibrar. Deixa bater o bumbo até meia-noite para celebrar a vitória. Deixa a embriaguez tomar conta do corpo para que a vida possa encontrar algum sentido. Não adianta argumentar que a filosofia das chuteiras promove a falsa alegria alienante enquanto a miséria, a pobreza e a fome campeiam pelas esquinas das capitais. Também não adianta querer misturar essas coisas porque ambas são variantes culturais simbólicas, divergentes e opostas. Miséria? Ora meu amigo! Esse papo de miséria é tão antigo quanto as histórias bíblicas que nos alienam desde criancinhas. Miséria, pobreza e fome, sempre houve por aí. É algo que acontece por aqui desde o Brasil Colônia. Ao contrário, Copa do Mundo, é coisa da pós-modernidade e só acontece de 4 em 4 anos. Então deixa o povo endeusar seus heróis de barro que brincam de patriotadas agradecendo a Deus depois do gol. E tem gente que acredita que ele reza por fé e devoção. Que nada. Naquela hora que ele olha pro céu só está pensando é na sua conta bancária que ficou um pouco mais polpuda. Então meu amigo. Deixa desabrochar a fugaz auto-estima que, de 4 em 4 anos, serve para afagar o ego dos pobres amantes de nossa pátria mãe senil. Pelo menos que assim aconteça para que o povo possa esquecer por um momento suas seculares agonias de cada dia e de todos os dias.

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