quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ESCAPEI POR POUCO

Sou o resultado do genocídio racial e cultural imposto pelos portugueses quando se estabeleceram na floresta amazônica. Quando os invasores aqui aportaram tinham algumas razões básicas: 1) explorar as riquezas existentes na terra para manter o ócio da aristocracia portuguesa; 2) catequizar os índios para usá-los como mão de obra escrava; 3) importar escravos africanos para trabalhar na monocultura do açúcar, do café, e na mineração de ouro e pedras preciosas ali pelas bandas de Minas Gerais. E nessa histórica convivência nada pacífica de raças e culturas aconteceu o que era de se esperar: uma original miscigenação racial e cultural. A mestiçagem que se originou desse encontro de raças e culturas até hoje não disse exatamente à que veio. E se disse alguma coisa, pelo menos eu, até agora não entendi direito. Traduzindo: mestiçagem com corrupção política, políticos canalhas, pobreza em cada esquina, violência em cada beco ou em qualquer lugar, fome, pobreza, favelas, palafitas, milícias, drogas, bala perdida, parece-me que não estão nos levando pra qualquer lugar. A única coisa clara que existe nessa esbórnia nauseabundante é que o pessoal de cima, como sempre aconteceu, continua levando vantagem em tudo; e o pessoal de baixo na crença de que o sol é para todos, continua acreditando que é possível conquistar algum lugar embaixo dele. Coitado do pessoal de baixo. Vai ser ingênuo assim só lá na Serra de Manitoba.

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